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Acerca das coisas

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15.05.2025

1 Os magistérios dos cinco Papas de que muitos como eu têm a memória e guardam o testemunho — para alguma coisa servirá a idade — provam como são quase, quase, sempre vãs as apostas (como se fosse uma corrida de cavalos) e improváveis de acerto os nomes “prováveis” & “favoritos” para futuros Papas, atirados para a montra mediática (como se se tratasse de um novo governo).

A seguir, como sempre, chegou a “surpresa”.

2 E agora, face ao novo Pontífice com que não “se” contava, ouve-se ainda o sonoro espanto do mundo. Antes porém da “surpresa” houve o poder do Espírito Santo a inspirar como sempre a milenar sabedoria da Igreja. E a descer sobre a prévia, profunda, maturada ponderação que sempre antecede um conclave – e que começa muito antes dele, conforme explicou há dias em Roma D. Manuel Clemente que sabe do que fala. Antes do mais, é isto mesmo: reconduzir a eleição papal ao lugar do Espírito Santo e ao sopro que dele jorrará sobre uma reflexão já iniciada, de 133 cardeais, para a eleição do sucessor de Pedro. Dando uma natureza muito especial – para dizer o mínimo – a uma escolha inspirada pelo divino mas exclusivamente assente na decisão humana.

3 E assim “ a viagem da Igreja continua” como nos lembrou Robert Prevost, novo Sumo Pontífice, com o inspirador nome de Leão XIV, e é extraordinário como também a eleição de um nome pode conter em si a revelação de um caminho. A viagem “continuará” por mais mil e mil anos, por entre bonanças ou tempestades e estações de rosas ou espinhos. É assim há dois mil anos. Foi também assim com os cinco Papas cujo pontificado pude, de mais perto ou de mais longe, ir acompanhando. Companheira da viagem.

3 Sobre a acção do Espírito Santo e revendo a “viagem” da Igreja através dos cinco Sumos Pontífices que couberam no meu tempo, recordo as “surpresas” quando cada um deles pela primeira vez se mostrou numa varanda, aos olhos atónitos do mundo. Como desta vez com Leão XIV. E como ocorreu um dia com o longilíneo, inteligente, reflexivo Paulo VI, magnífico Papa de encíclicas notáveis. Conduziu a barca com firme acerto, a sua despedida do mundo foi porém magoada e sofrida. Uma cruz no final.

De um Portugal que então o desgostava, preferiu-lhe Fátima onde veio. Foi o primeiro. A seguir,........

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