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Infância roubada

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04.11.2024

O Relatório Global de Monitorização da Educação da UNESCO, de 2023, concluiu «[que] crianças entre os dois e os 17 anos mostram menor bem-estar físico nos casos de exposição prolongada a dispositivos electrónicos, e, por isso, recomenda a existência de limites claros para a utilização (ou proibição) dos dispositivos eletrónicos.»

Hoje, as nossas crianças são expostas demasiado cedo ao iPad e ao telemóvel. Apesar de haver cada vez mais recomendações, nacionais e internacionais, psicólogos e psiquiatras a alertar para os perigos que as crianças correm, os pais, demasiado ocupados e indiferentes aos alertas, continuam a entregar os seus filhos aos écrans e, compreendam ou não, a abandoná-las à sua sorte.

Quantos pais, param para pensar que, hoje, os seus filhos são bombardeados com mais informação do que um Imperador Romano no auge do império?

A medicina diz-nos que numa idade tão tenra as crianças não têm capacidade/maturidade para processar e filtrar tudo o que ouvem e vêem.

Apesar dos alertas, as crianças continuam a ser separadas dos pais cada vez mais cedo e deixadas ao cuidado de estranhos, carregam mochilas pesadas às costas e têm horas marcadas para um sem-número de actividades que visam mantê-las ocupadas enquanto os pais se desunham a trabalhar para lhes garantir tudo-e-mais-alguma-coisa. Tudo, menos aquilo de que elas mais precisam: a presença, a direcção e o acompanhamento dos pais.

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Acredito que esse «abandono» é a razão para haver cada vez mais crianças a consultar psicólogos e psiquiatras e a serem medicadas com calmantes e anti-depressivos. Hiperactividade, déficit de atenção, os dois em um (transtorno do déficit de atenção com hiperactividade (TDAH)), são os transtornos da moda e, nalguns casos, também têm sido os rótulos escolhidos para «castrar» os rapazes que não conseguem estar parados horas a fio numa sala de aula e muito menos concentrar-se, e que acabam por ser “domados” com drogas.

Alguma vez parou para pensar o que tem levado cada vez mais rapazes a abandonar o ensino?

Por outro lado, e do........

© Observador


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