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O poder político apagou Portugal

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02.05.2025

No dia 28 de Abril, segunda-feira, pelas onze e meia da manhã, toda a gente começou por duvidar se tinha ou não pago a factura da electricidade. Depois imaginou que um cabo envelhecido tinha provocado um curto-circuito e feito disparar o disjuntor do prédio. De seguida, vendo bem, todos os prédios da rua estavam às escuras, sem campainhas nem elevadores. O problema parecia ter afectado um armário do bairro. Nos passeios, as pessoas subiam os telemóveis no ar e olhavam impacientes para o ecrã, sem conseguir apanhar rede. No carro, ligado e alimentado a gasóleo, a rádio emitia a resposta: o corte na rede eléctrica apagou o país inteiro. O país? Não, os países. Pelo menos, Portugal e Espanha. Um corte absoluto, impiedoso, total. A brutalidade da notícia custou a entrar.

Foi o quê, um ciber-ataque?, um “incêndio num cabo” ali na “fronteira de Espanha com a França”? Ao longo do dia, as entrevistas e reportagens foram estabilizando a teoria mais delirante de todas: foi “um problema técnico”. Uma “oscilação”. Uma variação súbita de potência na rede atirou com dois países para a idade média. Não atirou para a escuridão literal porque, repito, eram onze e meia da manhã de um dia de Primavera.

Resumindo as opiniões respeitáveis, percebeu-se o........

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