Guerra woke: armas intelectuais e políticas
Se tivesse de apontar a grande ameaça ao pensamento lógico e à civilização ocidental, não hesitaria dez minutos em escolher a mentalidade woke. O conjunto de postulados, nascido do radicalismo e fermentado nas melhores universidades, tornou-se em pouco mais de uma década o único programa político da esquerda e a única referência moral admissível pelos costumes. Produzido pela mediocridade académica, com o seu inseparável molho de lisonja e narcisismo, nunca está suficientemente definido: os preceitos mudam, agravam-se e multiplicam-se à medida que os anteriores se vão tornando impraticáveis; a única constante é a incerteza anti-capitalista. A frivolidade woke dispensa as imposições da lógica, como dispensa a exigência, os critérios de verificação, a eficácia, o aprumo, a qualidade e a integridade; só não dispensa a ambiguidade retórica e a exibição de virtude.
Eis a ocupação da mentalidade woke e a motivação política dela: fabricar cidadãos inseguros, solitários, e vitimizados, para que o Estado se torne o seu último recurso e o seu único padrão comum. Uma invenção crescente da extrema-esquerda, posterior ao fim da cortina de ferro e em nome da sobrevivência revolucionária. Uma invenção........
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