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Entrecampos e os jacarandás

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11.04.2025

Em Entrecampos, no centro de Lisboa, onde a articulação de avenidas estreitas provoca um engarrafamento contínuo ao longo de todos os dias da semana, onde não é possível atravessar de nascente para poente sem exasperar pela Avenida das Forças Armadas, há um rectângulo vazio com cerca de 50 mil metros quadrados. Corresponde ao quarteirão da antiga Feira Popular, desocupado desde 2003, quando a feira fechou. Passa por ali o Metro, o comboio, dúzias de linhas de autocarro, milhares de pessoas e carros particulares. Talvez estejamos perante a zona mais pressionada da cidade inteira, com excesso de construção, excesso de escritórios, abundância de hotéis, comércio e supermercados, e o vespeiro de gente que, vivendo nos dormitórios da Área Metropolitana, tem de vir trabalhar aqui. Dois em cada três empregos dentro da cidade são ocupados por pessoas que não conseguem encontrar uma casa para morar em Lisboa. Uma boa parte dessas pessoas é obrigada a cruzar o inferno de Entrecampos diariamente.

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