Como construir a independência europeia?

No dia 21 de outubro a Comissão Europeia apresentou o programa de trabalho para 2026. O programa, com o lema de construir uma Europa mais soberana e independente, pretende responder a muitos dos desafios identificados no discurso sobre o Estado da União de 2025, de setembro passado. Os desafios identificados, para lá da imprescindível e necessária defesa dos valores democráticos europeus, passam pela segurança e autonomia estratégica, pela competitividade, inovação e coesão e pela transição verde e digital.

Conhecidos os desafios da União Europeia (UE), a questão passa por saber como se pretende garantir o desígnio de construir uma europa soberana e independente. Entre essas ações, estão já (bem) identificadas as estratégias de reforço da defesa, com o ReArm Europe plan e o Readiness 2030, e que pretendem investir em defesa e assegurar capacidade de resposta em caso de necessidade. Uma autonomia de defesa da UE, se aliada à capacidade de falar internacionalmente a uma voz (uma necessidade antiga), é um passo importante na garantia da efetiva autonomia estratégia da UE, bem como da defesa dos valores e interesses europeus – uma necessidade bem vincada neste artigo de Tomas Tobé e Ana Miguel Pedro.

Num mundo em transformação digital, e sabendo do peso deste setor na economia do futuro, a União Europeia precisa também de promover diretamente setores da economia em grande crescimento. Refiro-me, por exemplo, à necessidade e oportunidade de atrair ou reter talento qualificado........

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