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Portugal ignora migração e o mercado

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tuesday

A música sul-africana amapiano já nas suas versões moçambicanas, o pandza, o trap em volume alto compõem a trilha sonora de alguns bairros periféricos do município da Matola. Não sobrepõe o berro dos tiros repentinos e sucessivos.

Os jovens que habitualmente se reúnem nos muros a consumir espirituosas de 50 a 75 meticais estão com a vida ganha. Depois dos saques aos armazéns e lojas bebem cerveja. Uma pausa nos desenrasques incertos, a caçar uma nhonga (comissão financeira numa transação informal). De noite, o bairro se reúne para patrulhas. Porém há dois grupos. O que teme a invasão das suas casas pelos criminosos fugidos ou soltos da BO. Outro para se escudar de eventuais rusgas policiais em busca do que saqueou.

De meter inveja ao personagem Gatsby, esta figura trágica e complexa de anti-herói, do F. Scott Fitzgerald. Em Inhambane, cidade turística, generosamente beneficiada pelo Índico, celebra a transição do ano. Um escape. No Instagram e Status de WhatsApp a composição das vibes do verão.

Muitas mercearias, nos bairros periféricos da Matola, estão encerradas, escasseiam produtos de primeira necessidade para fazer caril, como dizem os meus vizinhos. No momento, vivemos a linha ténue entre o caos e a anarquia. A pausa do fim de semana é um alívio temporário. Há tréguas. E a questão que não cessa é como saímos disto?

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O cenário que ganha força nas redes sociais é a invasão das instituições do Estado umbilicalmente ligadas à questão. O Palácio da Ponta Vermelha, o Conselho Constitucional, o STAE, os órgãos de comunicação estatais,........

© Observador


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