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Moçambique - o legado controverso de Nyusi

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17.01.2025

“O povo é o meu patrão”, declaração de Nyusi no seu discurso da primeira posse, foi assumida como um mantra, uma lufada de ar fresco ao temor de aparentes tendências autoritárias do Presidente cessante, Armando Guebuza.

De 2005 a 2014, o antigo estadista teve um desempenho económico notável, com a construção de infraestruturas, projectos de desenvolvimento e a introdução de noções de empreendedorismo no sistema público de educação.

Houve, neste período, uma expansão inédita de instituições de ensino técnico e superior privado em todo o país, para além das universidades públicas Eduardo Mondlane e Pedagógica, que também se instalaram em todas as províncias.

O crescimento do parque de ensino pôs no mercado numerosa mão-de-obra qualificada, que poderia ser absorvida por um mercado competitivo que parecia estar a surgir com o incentivo ao empreendedorismo. Foi também com Guebuza que desabrochou a promessa dos dividendos da exploração de recursos naturais.

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Entretanto, igualmente foi uma década manchada por escândalos de corrupção institucionalizada. Igualmente gerou desconforto a tendência do presidente e dos seus próximos de combater pensamentos diferentes dos seus e silenciá-los.

Há que reconhecer que este modus operandi já existia antes de Guebuza. Na era Chissano, o jornalista Carlos Cardoso e o economista Siba Siba Macuacua foram assassinados. Os casos nunca foram esclarecidos. É público, porém, que estavam a trabalhar em matérias que envolvem a Key decision-makers da política moçambicana.

Com efeito, a 15 de Janeiro de 2015, Nyusi herdou este país ao qual........

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