Daniel Chapo: o desafio da legitimidade
Daniel Chapo tomou posse, seguindo a performance protocolar. Senão os actores institucionais e partidários, não teve plateia. “The honorables guests” enviaram representantes. De ministro de Negócios Estrangeiros a embaixadores. Num legitimar sem prestigiar.
Com o país submerso em contestações dos resultados eleitorais, o Conselho Constitucional de Moçambique fez o candidato da FRELIMO Presidente da República, na manhã de ontem.
A cidade de Maputo, similar a uma Kampala ou Kigali, nos filmes “The Last King of Scotland” e “Hotel Rwanda“, esteve militarizada, até snipers nalguns telhados da “town“. Para lá do cerco, oito pessoas morreram, negando-se a aceitá-lo como seu presidente.
É formalmente entregue um país que, nos últimos três meses, se tornou comum a simulação de campas com a cruz e a fotografia de Daniel Chapo e do seu partido – do qual é, aliás, o Secretário-Geral.
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Era expectável que trouxesse um discurso inaugural reconciliatório, humanista e com coragem de condenar as mortes de moçambicanos, no qual convidasse Venâncio Mondlane, segundo o CC o segundo candidato mais votado, por cerca de 24% dos eleitores. Pois, apesar dos números oficiais, Mondlane........
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