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Os “maus, talvez péssimos” gestores do SNS

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15.04.2025

Caro leitor,

Manifesto, desde já, o meu claro conflito de interesses, pois poderei ser considerado um destes “maus, talvez péssimos” gestores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que continua incansavelmente dedicado à causa pública e que, com muito empenho, tenta contribuir para a redução da despesa pública com melhoria da qualidade de serviços (uma utopia, bem sei, algo complexo que requer critério, exigência e, sobretudo, responsabilidade perante as equipas que lideramos).

Vou tentar, através de uma analogia simples, talvez esclarecedora, explicar aquilo com que os “maus/ talvez péssimos” gestores da Saúde têm de lidar diariamente no setor público da Saúde.

Imagine o leitor que vive em casa dos seus pais e recebe destes uma mesada. Estima precisar de 110€ por mês, mas os seus pais decidem atribuir-lhe apenas 90€, sugerindo que deve gerir bem o seu dinheiro.

No início do mês, compra um passe de transporte de 30€, restando-lhe 60€ para as restantes despesas. Diariamente necessita de tomar a sua refeição, procurando a opção mais barata no refeitório da escola (4€). Rapidamente percebe que os 60€ não vão ser suficientes para todo o mês.

Diante desta situação, solicita aos seus pais o suficiente para pagar as suas refeições. Estes referem que para lhe poderem entregar mais dinheiro tem de fazer tem um pedido detalhado, justificando de quantas refeições precisa, quanto custam e se não há alternativas mais baratas. Informam que tem de aguardar pela reunião mensal para analisarem se lhe podem atribuir a verba que necessita. A necessidade é analisada três semanas depois. Enquanto aguarda, tem duas opções: ou não se alimenta ou pede fiado no refeitório, acumulando dívida com juros que terá de pagar logo que........

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