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Os verdadeiros heróis d’Abril

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22.07.2024

A nossa tendência para celebrar inovadores & revolucionários é natural1 e compreensível: afinal foram eles que iniciaram ou nos mostraram um caminho que, em retrospetiva, consideramos positivo ou bom2.

Per exemplo, Abraão que dando ouvidos ao chamamento divino lançou os fundamentos do estado de Israel & Moisés que obedecendo, algo contrafeito, às instruções de Deus libertou os israelitas da escravidão dos egípcios são dois dos principais heróis3 israelitas. Em Portugal veneramos D. Afonso Henriques que, fossem quais fossem os seus motivos pessoais, nos conquistou a independência & fundou a nacionalidade, duas coisas boas, e nos Estados Unidos celebram Thomas Jefferson e os outros sediciosos que, fossem quais fossem os seus motivos particulares, proclamaram a independência4 e por ela lutaram.

Esta tendência, apesar de natural & saudável é, no entanto, incompleta5, míope e manca. A razão é que esquece aqueles que, vindo depois, não só foram fiéis à visão inicial como a protegeram e lhe deram pernas para andar. O que seria de Israel sem Isaac e os que se lhe seguiram? E de Portugal sem D. Sancho I ou o Mestre de Avis? Tivesse D. Sancho I dado cabo da revolução liderada pelo seu pai e alguém celebraria hoje fundador da nacionalidade?

Abraão fundou o judaísmo & estabeleceu a aliança. Mas Isaac manteve-a viva e a sua ação foi determinante para a transmissão do monoteísmo num mundo cheio de ídolos e........

© Observador


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