Natal: a grande revolução |
Se tivéssemos de pensar num local para dar início à revolução da história, dificilmente escolheríamos uma terriola num território insignificante do Império Romano. E também seria pouco provável que a nossa escolha para a liderar fosse um bebé, nascido num estábulo, filho de um carpinteiro.
E, contudo, foi assim que aconteceu. O nascimento de Jesus nas palhinhas de Belém resultou numa tal revolução que, literalmente, divide o tempo. Em geral, quando se diz que há um antes e um depois de tal pessoa, estamos a exagerar; mas no caso de Jesus estamos a ser bastante exactos.
O Ocidente é fruto do cristianismo. Não é por acaso que é no Ocidente que surgem os direitos humanos e a democracia. É o personalismo cristão, nascido da ideia inovadora de que o Ser Humano, por ser criado à imagem e semelhança de Deus, tem uma dignidade inerente, que faz crescer a consciência de que cada pessoa, por si mesma, independentemente do reconhecimento do poder, possui uma dignidade única.
Claro que este caminho não se fez sem dificuldades. O cristianismo eleva o homem, mas este não deixa de ser o que é: violento, avaro, egoísta. O Ocidente não é a civilização perfeita, mas é a civilização que lutou por o ser (por sê-lo?). Fizemos tantas guerras e injustiças como os........