A eleição mais tristonha (e perigosa?) de sempre |
Vamos lá dizer alto o que muitos têm murmurado baixo: estas são as eleições presidenciais com o pior leque de candidatos da história da nossa democracia.
Até agora tivemos sempre oportunidade de escolher entre figuras que haviam marcado os anos fundadores da nossa democracia. Basta recordar quem foram os cinco presidentes que elegemos e reelegemos: o general do 25 de Novembro, o fundador do Partido Socialista, um ex-líder socialista que governara a câmara de Lisboa, um antigo primeiro-ministro que conquistara duas maiorias absolutas, um antigo líder partidário que estivera na Assembleia Constituinte e se tornara no mais conhecido comentador político destes 50 anos.
Nenhum dos actuais candidatos possui um currículo semelhante aos que escolhemos para ocupar o Palácio de Belém, nem sequer semelhante a muitos dos que nas diferentes eleições os desafiaram e perderam. Julgo não me enganar muito se disser que a maioria dos eleitores, quando for votar, não o fará com entusiasmo ou mesmo com inabalável convicção. E também não me enganar que até pode acontecer que, na primeira volta, aquela “em que se escolhe”, se acaba a votar útil para evitar uma segunda volta de opções demasiado desagradáveis.
Há candidatos com indiscutíveis méritos, mas creio que nenhum deles tem a espessura ou o peso político dos líderes que nos habituámos a ver em Belém, fossem eles ou não do........