João Costa: a extrema-direita não cresce do vácuo
“Ninguém fez mal a Cláudia Simões. Cláudia Simões é que não quis pagar o bilhete à filha, deliberadamente atemorizou o motorista, recusou identificar-se, agrediu e empurrou. Serviu-se de impossíveis simulações e agressões. O choro da filha é à mãe que se deve”, disse, observando ainda que os vídeos gravados e depois partilhados nas redes sociais “são bem reveladores da atitude violenta e falsa” da mulher.
Isto foi o apurado em sede de primeira instância no Tribunal de Sintra. Haverá lugar para recurso, e só em sede de decisão final é que o processo terá desfecho. Portanto, não posso compreender como é que nestas circunstâncias um ex-governante, acrescido do facto de ter tutelado o Ministério da Educação, tenha escrito um artigo de opinião como se decisão final se tratasse. Apenas uma razão justifica esta irresponsabilidade de João Costa: aproveitamento político do caso, usando a pseudo onda de contestação contra o crescimento da dita extrema-direita para marcar posição política. Mas tem tudo para correr mal.
Senão, vejamos:
É de uma irresponsabilidade atroz porque, para além de tornar agressor em vítima, coloca em causa todo o estado de direito democrático, e em momento algum acaba por defender quem realmente foi a verdadeira vítima em todo o processo.
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João Costa esteve durante nove anos no Ministério da Educação. Sete como Secretário de Estado, e dois como Ministro. As suas palavras têm peso. O seu artigo de opinião é um perfeito exemplo do quanto a demagogia, mas acima a falta de responsabilidade institucional de governantes, e ex-governantes, tem contribuído para o crescimento da dita extrema-direita um pouco por todo o mundo.
Em momento João Costa considera sequer que a única e verdadeira........
© Observador
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