A questão é de fundo. O Turismo é mal-amado. O Turismo é perigoso. O Turismo é volátil. Ai a pandemia! Temos turistas a mais. Lisboa está infestada e não se pode andar! O Porto parece um centro internacional onde não se ouve falar português! Conversa de quem não sabe nada do que faz o Turismo por Portugal e acha que vive sem ele. Não vive. Não pode. Não há como.

Claro que sei que é um sector complexo. Claro que sei que é um sector flutuante. Mas também sei que temos condições fantásticas para ele e é uma forma de explorarmos as nossas riquezas naturais e edificadas. Terceiro-mundista, este pensamento, que é como se classifica por entre os bem-pensantes. Bom, eu percebo que devemos apostar na indústria (se nada mais houvesse, eu sou engenheiro, ora bolas!) mas tirando aqui e ali empresários de mão cheia que acreditam na indústria e nela investem não tenho visto um trabalho sério e consistente ao longo dos anos – por parte de quem seja, de associações a governos – para elevar a indústria a outro patamar. Não vou sequer falar do sector primário. Depois vêm os comportamentos primários do contra, os amuos, as donas de casa arrependidas. Muda alguma coisa? Não. Definitivamente precisamos de Turismo. Temos é de pensar que tipo de Turismo e em fazê-lo subir na cadeia de valor. Mas disto ninguém fala.

São várias as linhas que uso para pensar o Turismo. Uma abordagem integrada e estratégica para os próximos anos terá de fazer desta atividade um parente rico da nossa economia. Sem estigmas. Sem enganos. Precisamos do Turismo para a economia do país. O resto, bom, o resto é poesia. Podiam ser mil pontos. Deixo ficar 10 pontos que tenho apresentado em vários lados e ocasiões:

Já agora um pequeno aviso à navegação: Comecem a fazer um novo aeroporto. Ao fim de tantos anos já pouco importa a localização. Sem ele não vamos conseguir crescer em Turismo. Parece tão óbvio que estamos todos fartos disto que seria melhor mesmo decidirem qualquer que seja a decisão. Há mais de 20 anos que dou para este peditório e nunca saímos do papel. Faça-se. E tome-se a decisão. Da noite para o dia já que não há soluções perfeitas. Num raio decente há várias soluções minimamente decentes. Por raio decente diria 50 km da capital. Estou a lembrar-me pelo menos de umas quatro possíveis localizações. Decidam por favor. Pelo Turismo. E por Portugal.

Nota final: Um Natal com coração a todos os que me leem e a todos os que não leem. Concordem ou não com o que escrevo, todos merecem um feliz Natal. É isso mesmo que desejo a todos.

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Turismo: colocá-lo nos 20% do PIB

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23.12.2022

A questão é de fundo. O Turismo é mal-amado. O Turismo é perigoso. O Turismo é volátil. Ai a pandemia! Temos turistas a mais. Lisboa está infestada e não se pode andar! O Porto parece um centro internacional onde não se ouve falar português! Conversa de quem não sabe nada do que faz o Turismo por Portugal e acha que vive sem ele. Não vive. Não pode. Não há como.

Claro que sei que é um sector complexo. Claro que sei que é um sector flutuante. Mas também sei que temos condições fantásticas para ele e é uma forma de explorarmos as nossas riquezas naturais e edificadas. Terceiro-mundista, este pensamento, que é como se classifica por entre os bem-pensantes.........

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