António Guterres é uma figura divisiva e um “case study” do Princípio de Peter.
Considerado um tribuno de excelência enquanto deputado, viu-se de súbito à frente dos destinos de Portugal. Quando o desastre limiano do seu pantanoso governo mostrou que estava já para lá do seu nível de incompetência, foi ejectado para a prateleira dourada seguinte, deixando a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) em estado calamitoso. E em consequência, ei-lo catapultado para Secretário-Geral da ONU, de cujo galho, além das deprimentes figuras a fazer declarações kumbaya, típicas de uma candidata a Miss, quando o assunto é Israel, transfigura-se, indigna-se, e debita verdadeiro fel, cujo conteúdo tem destruído sistematicamente a imparcialidade e eficácia da organização, tornando-a não só irrelevante para a paz, mas um verdadeiro antro de ódio, colaboração com o terrorismo islâmico e, antissemitismo.
Ao escrever isto, estou a medir cuidadosamente as palavras.
Quando há um ano, sob os auspícios do Irão, o Hamas atacou Israel, Guterres, em vez de condenar sem reservas um ostensivo acto de barbárie, tratou logo de relativizar, desculpar o terrorismo em estado puro, dizendo que uma acção claramente genocida, “não surgiu num vácuo”. Ou seja, sugerindo cobardemente, sibilinamente, que a culpa do ataque era da vítima. Nas frases em que Guterres usa um “mas”, tudo o que está antes é mera retórica com a qual o vício tenta pagar tributo à virtude.
Num ano, ao longo do qual dezenas de milhares de mísseis e drones foram lançados sobre as populações civis de Israel, multiplicou-se em inúmeras diatribes cujo denominador comum é a contumaz hostilidade a Israel e a repetição das palavras de ordem, narrativas e exigências do Irão e dos movimentos jihadistas que comanda.
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Há dias, a propósito do Líbano, garantiu, como se fosse o porta-voz do Hezbollah, que “Israel está a conduzir uma cruel campanha militar”. Assim, sem “mas”, como se não soubesse que ao longo dos últimos 12 meses Israel vinha sendo diariamente atacado a partir do Líbano, por única e exclusiva decisão do Irão e do Hezbollah.
Milhares de mísseis lançados sobre Israel, e Guterres só vocifera quando Israel faz aquilo que qualquer estado teria de fazer, numa situação em que as suas populações estão constantemente debaixo de fogo.
Quando os aiatolas lançaram centenas de mísseis balísticos sobre Israel, Guterres veio imediatamente a terreiro mostrar “preocupação perante a escalada de parte a parte” e exigir um cessar-fogo por parte de Israel. Nas suas febris “exigências”, não fez todavia a mais pequena menção ao facto de que foi o Irão que escalou e atacou. Só mais tarde, quando todos lhe apontaram a asneira, balbuciou o nome “Irão”, visivelmente a contragosto, como quem se vê obrigado a engolir um sapo.
E de caminho disse que os mísseis foram disparados (não disse por quem) contra “Israel e os territórios palestinianos ocupados”, ou seja, dando como garantido que os........