A política Espanhola continua a avançar a uma velocidade estonteante. Infelizmente para a salubridade das instituições democráticas, o PSOE de Pedro Sanchéz não está a deixar pedra sobre pedra dos equilíbrios de poder dos Pactos da Moncloa de 1978. Depois da longa noite Franquista, os Pactos da Moncloa permitiram virar a página na sociedade Espanhola. Ao contrário daquilo que é propalado por muita esquerda, estes pactos não são de esquecimento. Pelo contrário, são pactos feitos porque a memória do que tinha acontecido na guerra que abriu caminho ao Franquismo estava ainda demasiado fresca. Não se enterra o passado quando se pretende esquecer. Enterra-se quando uma geração inteira se lembra demasiado bem do que aconteceu e quer garantir que as hipóteses de que volta a suceder são baixas. Infelizmente, desde o consulado de Zapatero (veja-se, por exemplo, a título de exemplo a Lei da Memória Histórica de 2007), seguindo, de resto, o ar do tempo internacional, que Esquerda e Direita decidiram politizar o passado e torná-lo uma arma de arremesso.
A delicadeza dos equilíbrios políticos em Espanha, especialmente na capacidade de acomodar as tensões da clivagem entre o centro e a periferia, exige que eventuais mudanças sejam feitas de forma inclusiva, garantindo que reflectem as preferências de uma larga maioria da sociedade e não apenas de uma facção, independentemente da sua importância. Renegociar as regras do jogo é natural numa democracia e até prova de vitalidade da sociedade. No entanto, as mudanças que estão a acontecer em Espanha resultam meramente da necessidade de sobrevivência de dois actores políticos, um colectivo e outro individual: o movimento independentista Catalão e Pedro Sanchéz. As........