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O Pacto do Futuro, os Futuros Possíveis, a Cultura

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07.10.2024

No passado dia 22 de Setembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, por consenso, o Pacto do Futuro e os seus dois anexos: o Pacto Digital Global e a Declaração relativa às Futuras Gerações. 143 países votaram a favor, 7 votaram contra: Argentina, Bielorrússia, Coreia do Norte, Irão, Nicarágua, Rússia e Síria e 15 abstiveram-se (incluindo a China).

Infelizmente, o conjunto das boas intenções do Pacto e dos documentos anexos representa um exercício muito distante dos futuros possíveis, apesar de poder ser relevante do ponto de vista dos futuros desejáveis.

Há séculos atrás, todos os futuros eram possíveis. Futuros para o Planeta, futuros para a Humanidade. A Humanidade, na riqueza dos seus povos e culturas, tinha criado e destruído coisas belas, como diria Caetano Veloso. Aconteceram grandes civilizações, criações literárias e artísticas, avanços da ciência e da técnica. A população crescia, a um ritmo relativamente lento.

O grande e complexo ecossistema que é a Terra funcionava com autonomia da vontade humana, apesar de já terem ocorrido destruições de florestas, de espécies, alterações relevantes da paisagem causadas pelo Homem, e, eventos naturais de grande dimensão.

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Nos últimos duzentos anos, as capacidades humanas promoveram o que se pode chamar “aceleração do tempo”. Os ciclos de aumento populacional passaram a ser mais rápidos, as guerras mais destrutivas, os avanços da ciência e da técnica vertiginosos. A hiperprodução e o hiperconsumo que modelam as novas eras industriais, levaram à escassez e à destruição de recursos naturais, à interferência com os ciclos da Natureza, envenenando a terra, o mar e o ar. Atualmente, até o que comemos nos envenena, pelos modelos de produção alimentar, os aditivos artificiais, a presença de microplásticos.

No que respeita ao mais profundo de nós próprios, afogámos a alma nos prazeres do entretenimento, perdeu-se a confiança na espiritualidade e centrou-se a vida nos bens materiais.

Neste Ano do Dragão – que no calendário chinês representa todas as possibilidades e........

© Observador


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