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A Caixa de Pandora da Educação e o Global Teacher Prize

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21.11.2025

Quando digo que sou professora de Matemática, a reação é quase sempre a mesma: “Aquilo que ninguém gosta”. A verdade é que escolhi esta profissão porque adoro Matemática e adoro ensinar. Gosto de fazer a diferença, de saber que todos podem aprender – vale a pena remar contra a corrente.

Há quem veja a tecnologia na escola como uma ameaça, uma “Caixa de Pandora” pronta a libertar distrações e dependências digitais. Mas o que acontece quando essa caixa é aberta com propósito pedagógico e não por mero entusiasmo tecnológico? A minha experiência de quase 10 anos, em contextos tão diversos — escolas grandes e pequenas, turmas numerosas e reduzidas, meios urbanos e rurais, diferentes realidades socioeconómicas e familiares — ensinou-me algo inesperado: quando aberta com intencionalidade, essa caixa revela não só desafios, mas também oportunidades e esperança.

A minha relação com a tecnologia na sala de aula começou pela procura de formas de motivar e cativar alunos numa época em que eles são nativos digitais. Procurava tornar conceitos abstratos em algo tangível e relevante para o seu mundo. Foi assim que a programação em Scratch e Python, os robots educativos, os Arduinos e os micro:bits, mas também apps educativas, escape rooms digitais e estratégias de gamificação entraram nas minhas aulas — do 1.º ciclo ao secundário, passando pelos cursos profissionais.

Mas mais do que as ferramentas em si, o essencial foi aliar a metodologia do learning by doing a todas estas tecnologias. Dar autonomia aos alunos, permitir que cada um aprenda ao seu ritmo, respeitar os diferentes pontos de partida e competências — é isto que, para mim, dá sentido à educação. Não se trata de tecnologia pela tecnologia, mas de criar contextos onde os alunos experimentam, erram, corrigem e descobrem por si........

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