“Olá Valete, o meu nome é Joana, até curtia a tua música mas essa ideologia não é tão bacana”.
Caro leitor, peço desde já desculpa pelo fraco verso, mas não resisti. Isto porque soube, ao ler recentemente um artigo no jornal Público que o rapper Valete uniu-se à Junta de Freguesia de Benfica para criar uma escola “contra o individualismo”.
O projeto de nome “Horizontal 360º”, em si e como é descrito, até parece ser algo de muito positivo e útil, já que estamos a falar de atividades extracurriculares que visam ensinar aos adolescentes e jovens-adultos várias soft skills e competências cívicas que não estão presentes no programa de ensino oficial, como culinária, nutrição, saúde mental, escrita criativa, e até como passar um recibo verde. O problema aqui está em perceber se, por trás desta iniciativa, existe alguma agenda para implementar uma mensagem ideológica específica, sobretudo quando sugerem também o ensino de “valores comunitários”. Quando os dois grandes chavões utilizados para descrever este projeto são“acabar com o individualismo” e “ajudar a corrigir o desequilíbrio entre classes”, soa o alarme.
Ora, vamos por partes. O individualismo, apesar de ser utilizado quase sempre no sentido pejorativo como sinónimo de egoísmo e egocentrismo, é o reconhecimento do valor da autonomia individual, com o objetivo de satisfazer características inatas de cada indivíduo em busca da sua liberdade. Como diria o filósofo inglês John Locke, o “pai” do........