Perplexidade na sala de aula
Desde o início do ano lectivo de 2026-27 que a Dra. Olímpia Xis se esforçava por respeitar o novo programa – da disciplina de História e por corresponder às directivas emanadas do Ministério da Educação. Aquele era o seu primeiro ano como professora, mas aprendera rapidamente a disfarçar a sua insegurança atrás da forma briosa e cumpridora como desempenhava a sua função naquela escola na periferia. Ainda assim era sempre com uma pontinha de apreensão que entrava na turma A do 10º ano. Não que os alunos que dela faziam parte fossem indisciplinados ou agressivos, pelo contrário. O leve problema é que um deles era invulgarmente atento e informado. A Joana – era esse o seu nome – era positivamente brilhante, extraordinariamente arguta, tão arguta que parecia ter vindo de outro planeta. Não raro essa aluna fazia-lhe perguntas que a deixavam embaraçada. Desta vez, porém, a professora Olímpia Xis estava menos inquieta do que era costume, ia menos de pé atrás, pois naquela tarde iria falar de escravatura. O novo programa exigia explicitamente que os alunos fossem capazes de “relacionar a prosperidade das potências coloniais com o tráfico de seres humanos e a escravidão, nomeadamente no espaço transatlântico”, e isso parecia-lhe tão óbvio, e a reparação desse horrendo facto histórico tão moralmente justa, que não antevia perguntas incómodas ou inesperadas.
Foi, por isso, de peito aberto que expôs a matéria, projectando, até, a imagem de uma tabela actualizada das viagens dos navios negreiros das várias nações ocidentais, tendo um prazerzinho masoquista que lhe vinha da sua costela woke, em acentuar a responsabilidade portuguesa:
– Como podem ver – referiu, apontando para a tabela – Portugal levou quase 6 milhões de pessoas escravizadas para a América. Para sermos mais precisos, Portugal transportou um pouco mais de 5,8 milhões.
Enquanto continuava a exposição reparou, com uma pontinha de inquietação, que Joana escrevia qualquer coisa no seu caderno de apontamentos e essa sua inquietação cresceu quando a aluna pôs um braço no ar para lhe fazer uma........





















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