Não quero que se ensine esta História
O vídeo circula no Instagram, no X, no Facebook, e mostra um grupo de crianças africanas — do arquipélago de Cabo Verde, ao que tudo indica — declamando uma mensagem patriótica e política. Não é claro se a actuação das crianças decorre numa escola ou num outro espaço, mas é manifesto que resulta de algo que lhes foi ensinado, e que elas estão a aprender, e que é, acima de tudo, uma visão da História profundamente deformada, militante e ignorante. Ou seja, trata-se de ideologia política, no pior sentido da palavra.
Mas vejam e ouçam o vídeo. O primeiro menino diz o seguinte: “Verde é o que simboliza a terra; dourado são as nossas riquezas; vermelho é o sangue derramado na luta contra a escravatura e preto é a cor da pele. Prestando reverência ao original africano e não imitação. Prestando reverência ao ventre preto que gerou todas as nações do mundo. Prestando reverência ao berço e farol da Humanidade, a fundação de toda a espiritualidade, porque a história insiste em negar e a academia eurocêntrica não quer que saibamos quem nós somos.”
Quando esse primeiro menino se cala um segundo menino prossegue com a declamação: “E continua essa blasfémia” — diz. — “Eles continuam a ensinar que um tal Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil. Imagina que prepotência afirmar que descobriu um lugar onde já havia moradores, um lugar onde estava a civilização milénios antes. Além disso o africano já........
© Observador
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