Estará o PSD a abarrotar de wokes?
A polémica estalou de imediato quando, no passado mês de Julho, a Direcção-Geral da Saúde utilizou, numa campanha para investigar as características da menstruação, a expressão “pessoas que menstruam” quando pareceria mais óbvio e consensual — e razoável, digo eu — usar a palavra “mulheres”. Escreveram-se artigos, ouviram-se pareceres científicos, os cidadãos tomaram posição nas redes sociais, agitaram-se as bancadas parlamentares. Em consequência disso o PSD pediu explicações à Ministra da Saúde, o Bloco de Esquerda pediu-as à Ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, e foi esta última que, agora, mais de um mês após a polémica de Julho, respondeu, dando o seu aval à expressão “pessoas que menstruam”, preconizando a “utilização de linguagem neutra do ponto de vista do género para se referir aos produtos menstruais” e desencadeando uma segunda onda da mesma polémica.
Essa polémica, que vai remexer mais fundo do que parece, interessa-me, desafia-me a tomar posição e, sobretudo, inquieta-me. Trata-se de uma inquietação dupla que é, aliás, antiga. Há, por um lado, o problema desta novilíngua que nos querem impor, problema sobre o qual já escrevi vários artigos e que continua a preocupar-me não apenas pelo que representa, mas também pelo que promove em termos de subversão de conceitos e de atitudes. Não tenho a veleidade de, nesta questão concreta da menstruação, trazer aos que me leem........
© Observador
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