A pressão psicológica no Sporting e no Benfica
A reta final do campeonato nacional aproxima-se do clímax, com Benfica e Sporting a protagonizarem uma luta intensa pelo título, antevendo-se uma decisão em photo finish, onde o fator psicológico terá um papel decisivo, tanto no desempenho como na gestão emocional das equipas. É tempo de decisões, em que a vertigem da pressão tanto pode comprometer como impulsionar o desempenho.
Uma das melhores pessoas (e dos melhores jogadores de sempre) com quem tive o prazer e privilégio de trabalhar, o senhor Fernando Chalana, dizia-me frequentemente, em situações de maior tensão competitiva: “Pressão? Que pressão? Pressão é não ter o que pôr na mesa!”
Mas será́ que todos os intervenientes neste contexto têm esta perspetiva? Indubitavelmente, não.
Enquanto psicólogo do desporto, tenho acompanhado atletas e treinadores de alto rendimento, e uma constante impõe-se: não é a ausência de pressão que distingue os melhores, mas sim a forma como a interpretam e lidam com ela. Sendo esta uma inevitabilidade, o que está em causa não é eliminá-la mas saber geri-la e usar como combustível para uma performance de excelência — algo que Bruno Lage e Rui Borges procurarão, seguramente, fazer.
De facto, a ansiedade e a dificuldade em lidar com a pressão são a casuística mais comum no meu trabalho com atletas e treinadores (mas também com outros performers). Há́ muitos jogadores que, fruto da pressão (muitas........
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