Tempo de estudar e ponderar
Já tudo será sido dito sobre os preocupantes resultados globais das eleições europeias (não, felizmente, no caso de Portugal). Modestamente, gostaria apenas de sugerir que a complexidade dos resultados bem como a elevada qualidade de muitos comentários e análises apontam num sentido inequívoco: precisamos de parar um pouco para estudar e ponderar.
Esta recomendação de estudo e ponderação impõe-se sobretudo aos que defendem a democracia liberal ocidental – fundada no primado da lei e na concorrência e alternância civilizadas entre a direita moderada e a esquerda moderada.
Foi esta concorrência, bem como a alternância, entre direita e esquerda civilizadas que esteve na base do sucesso das democracias euro-atlânticas desde a vitória democrática na II Guerra Mundial em 1945 – bem como, depois disso, na segunda vitória democrática após a queda do Muro de Berlim em 1989 e das pacíficas transições à democracia na Europa Central e de Leste.
Estas concorrência e alternância civilizadas assentaram sempre na recusa das “teorias” da luta de classes, bem como da luta entre o chamado “povo” e/ou “proletariado” contra as chamadas “elites” e/ou “oligarquias”. Estas “teorias” foram amplamente papagueadas pelo comunismo e pelo nazi-fascismo, bem como pelos seus “compagnons de route”. Por outras palavras foram comumente lideradas pelo semi-educado cabo Hitler, pelo ex-marxista Mussolini e pelo marxista Lenine.
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