Celebrando eleições livres e pacíficas...
1 Já quase tudo terá sido dito sobre as eleições parlamentares do passado dia 18 do corrente mês de Maio. Mas vale seguramente a pena recordar um aspecto fundamental: foram eleições livres e pacíficas. [Com a subtil excepção de uma agressão a um socialista, Miguel Coelho, Presidente da freguesia lisboeta de Santa Maria Maior, por parte de um membro do Chega – que não foi, no entanto, endossada pelo chefe deste partido].
Eleições livres e pacíficas felizmente distinguem os últimos 50 anos da vida política portuguesa – ao contrário, aliás, do que apregoam os cartazes do partido Chega, que saloiamente definem os 50 anos de democracia como compadrio e corrupção.
2 O corolário de eleições livres e pacíficas é que os seus resultados são legítimos e devem ser respeitados – gostemos ou não deles.
Esta é a grande lição que tem sido incansavelmente repetida por todos os grandes teóricos da democracia liberal – desde, pelo menos a “Gloriosa Revolução” inglesa de 1688-89 (“conservadora e liberal”, segundo o distinto historiador G. M. Trevelyan) e a Revolução americana de 1776 (“moderada”, segundo Lord........
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