Informação selvagem

Vivemos os primórdios da “sociedade da comunicação”, aquilo que gerações futuras irão apelidar de “informação selvagem”. Graças ao poder da técnica e dos meios de divulgação, hoje temos imensos dados, reportagens, mensagens e opiniões, e andamos mais confusos e desorientados que nunca.

Claro que o problema sempre existiu, mas uma geração que adote as promíscuas redes sociais como fonte de notícias só pode chegar a limites inauditos. Vemos a nação mais sofisticada e avançada da história a preparar-se para eleger como presidente um narcisista doentio e boçal, devido, não às suas propostas políticas, que não apresenta, à sua ideologia, que não tem, ou à sua competência, que não existe, mas apenas à notoriedade que granjeou com a apresentação de concursos de televisão e uma sequência infindável de escândalos. Isto é “informação selvagem”. No entanto, a doença é bastante mais profunda que estes fenómenos epidérmicos, como ilustra um exemplo pontual, mas revelador, retirado de uma das poucas referências sólidas que ainda resta neste tempo desiludido.

No meio da enxurrada noticiosa, as universidades conseguem permanecer como fontes consensuais de conhecimento. Nelas, a área mais pragmática e lúcida, isenta de elucubrações académicas, é a escola de negócios. Deste........

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