A existência de uma crise na habitação em Portugal tem-se tornado – em função do largo hiato temporal em que se vem perpetuando – cada vez mais normalizada e aceite, o que é fator impeditivo para o combate à respetiva. Desde que a temática se centralizou na agenda política, a devida atuação tem sido feita na base do remendo em detrimento da prevenção.
Os partidos têm presumido que os impostos, ou in casu a extinção destes, é a solução para tudo, todavia não se mostram capacitados de entender a extensão do problema que tem transformado, para pior, a vida dos portugueses.
O hodierno governo, em medidas exclusivamente direcionadas aos jovens, publicita no seu programa a isenção de IMT e imposto de selo aos jovens na compra de casa, o que acompanha com a garantia pública para viabilizar o financiamento bancário da totalidade do preço da aquisição da primeira casa por jovens.
O que aparenta ser uma grande medida, não se reveste de grande impacto. Ora vejamos: num cenário hipotético em que qualquer jovem proceda à compra de habitação pelo valor de 175 mil euros – o que não reflete o preço de nenhuma mansão – apenas se........