A loucura como hipótese
A guerra na Ucrânia é certamente o maior e o mais sério desafio que se coloca a todas as nações e a todos os seres vivos do nosso tempo, desafio que compreende a cada um de nós apenas duas alternativas: acomodação ou resistência.
Todos os dias são publicados textos de defensores de ambas as alternativas, muitos dos nossos amigos dividem-se na escolha e o planeta está dividido entre países e governos de ambos os lados da barricada. De um lado as democracias que, tal como em 1939, defendem a resistência á barbárie de um mundo de loucos sádicos à maneira de Hitler e outros defensores da acomodação, como a forma de evitar males maiores.
Por detrás de ambas as posições está bem vivo o perigo da guerra nuclear, sendo que nesse caso temos novamente duas posições: (1) os que acreditam que a guerra nuclear é de tal forma impensável que nenhum país ou dirigente político cometerá a loucura de desencadear o que poderá ser o fim da vida no planeta; (2) os que pensam, como eu, que tal possibilidade é real e haverá mesmo os que considerem que essa guerra é inevitável, porque no nosso tempo existe no mundo um número suficiente de loucos no poder.
A escolha entre estas duas posições no caso da Ucrânia também não resolve o problema de ambos os lados da equação, porque se a continuação da guerra na Ucrânia implica o perigo da guerra nuclear, a acomodação........
© Observador
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