A revolta das forças policiais pode ser politicamente justificada, mas o que não tem qualquer justificação é a cobardia da ausência do ainda governo de António Costa em assumir quaisquer medidas de defesa da ordem pública, bem como dos dirigentes das polícias em deixar que os polícias passem de agentes da ordem democrática para agentes da desordem. O ministro da Administração Interna, que já mostrara a sua valia no caso do SEF e no desastre que deixa ao País no controlo dos imigrantes, foi, entretanto, dado como desaparecido.
Mas talvez o facto mais relevante da situação democrática em que vivemos tenha sido a acção dos comentadores de serviço nas televisões na noite do debate no Capitólio, que mostrou bem até que ponto o Partido Socialista teve a arte de ao longo dos anos ter colocado nos principais meios de comunicação pessoas com obvias simpatias pela esquerda em geral e pelo Partido Socialista em particular. Porque críticos da acção das polícias que invadiram ilegalmente as ruas junto ao Capitólio, numa indisfarçável e ilegal acção de afronta à ordem pública, os comentadores não encontraram nada melhor para criticar do que as palavras sobre o tema de Luís Montenegro, para concluíram com base nessas palavras que ele tinha........