Um país em círculos, sem sair do mesmo sítio
Há muitos anos que já devíamos …(acrescentar o tema à sua escolha). É esta a frase que em regra nos aparece de especialistas e, pior do que isso, de ex-governantes ou ex-responsáveis sobre as áreas sobre as quais se põem a dar opiniões quando algum acontecimento dramático nos assola. Está a ser assim com os incêndios. Foi assim com a fuga dos cinco prisioneiros de Vale de Judeus. E a lenga-lenga repete-se nas mais diversas áreas com graves problemas, da educação à saúde, da segurança à justiça, dos transportes às infra-estruturas, dos impostos à burocracia e à corrupção. E que todos nós, cidadãos e lideranças, somos incapazes de resolver. Porque não se consegue decidir, porque parece existir um prazer doentio de bloquear as decisões, porque a desorganização parece absoluta.
O caso de Vale de Judeus parece uma caricatura de mau gosto, quer pela forma como os presidiários fugiram quer pela reacção de alguns protagonistas, entre eles o responsável pelo sindicato dos guardas prisionais. E até pela atenção que mereceu o tempo que a ministra da Justiça levou a falar ao país, parecendo que se preferia que dissesse nada, mas que aparecesse.
Os incêndios podem até ser inevitáveis. A tragédia a que estamos a assistir, mais uma vez, parece mostrar que não há maneira de evitar esse drama de pessoas a morrer, casas a arder, recursos a desaparecerem. As alterações climáticas têm um importante papel no que nos tem acontecido. Mas por aquilo a que vamos assistindo, quando acaba a preocupação gerada pela tragédia, é o regresso do facilitismo, da........
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