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O Manifesto pelo populismo

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16.07.2024

Assistimos indiferentes ao protelar dos julgamentos de José Sócrates, Manuel Pinho e Ricardo Salgado e o país político, alguns com responsabilidades no passado, escandaliza-se, revolta-se e rasga as vestes em manifestos contra o Ministério Público e, especialmente, contra a Procuradora-Geral da República. Tudo por causa da operação Influencer e o envolvimento de António Costa, que considerou não ter condições para governar o país, mas teve uma avaliação completamente diferente sobre as condições para a governação da União Europeia como presidente do Conselho.

Todas estas personalidades que assinaram o manifesto, algumas com uma vasta, rica e até recente experiência política, têm seguramente a noção que, manifestarem preocupações com o estado da Justiça apenas quando toca a um dos seus, transmite a pior mensagem possível. Como se se estivessem a proteger, como se se considerassem acima da lei, como se esta PGR não servisse porque aplica a regra básica do Estado de Direito: a Justiça é cega e igual para todos. Pior ainda, estão a dizer-nos, indirectamente, que uma boa PGR, um Ministério Público bom, é quele que inviabiliza ou arquiva investigações à classe política.

É muito difícil perceber se existem ou não razões para dizer que o Ministério Público está sem coordenação e se está a abusar das suas competências, pura e simplesmente porque a informação a que temos acesso no espaço público é enviesada e já devíamos ter aprendido isso com o caso de José Sócrates. Quem fala e aparece no espaço público são em geral pessoas cujo objetivo fundamental é defender as pessoas que representam, como é o caso dos advogados. Assim como temos de ter consciência que as fugas de informação podem ser seletivas, não nos dando a visão do todo. Realmente não temos a visão de conjunto, perspetiva essa........

© Observador


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