As lições autárquicas a partir de Loures

Não podemos já dizer que o bipartidarismo está vivo e de boa saúde. Mas quase. O Chega ficou bastante longe, até dos objetivos menos ambiciosos traçados pelo coordenador autárquico do partido, Carlos Magno Magalhães, em entrevista à Renascença, em que apontava para 8 a 10 presidências municipais sobretudo no Alentejo, Algarve e Ribatejo. Venceu em três autarquias, Entroncamento, Albufeira e São Vicente, na Madeira, onde nem tinha sido vitorioso nas legislativas (ganhou o PSD e o Chega ficou em segundo lugar). Mas criou problemas e esteve perto de vencer em municípios como o Montijo.

Uma lição André Ventura aprendeu: as eleições locais são mesmo locais e os eleitores não se deixam enganar por colar a sua imagem a cada candidato nos cartazes. E ou o Chega é capaz de atrair quadros respeitados localmente – como nacionalmente – ou seguirá o destino de partidos que nunca conseguiram uma implantação local, como o BE. O desempenho dos seus autarcas vai ser igualmente importante para ver se consegue implantar-se.

O Chega acabou por alertar para problemas que estavam a abalar as comunidades e para os quais a classe política dominante se........

© Observador