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Defesa: Os desafios para além dos 2%

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01.02.2025

Durante a sua visita a Portugal, Mark Rutte deixou uma mensagem clara: “A meta dos 2% não será suficiente para enfrentar os desafios do futuro”. Esta declaração ganha particular relevância depois de Portugal se comprometer a atingir os 2% do PIB em despesas de defesa até 2029. Com a guerra na Ucrânia a entrar no seu terceiro ano, o paradigma já não é se devemos reforçar a nossa defesa, mas como fazê-lo de forma inteligente e sustentável. A questão que se coloca é inevitável: que novo patamar de investimento será necessário e como deverá Portugal posicionar-se face a este desafio?

A experiência da guerra na Ucrânia demonstrou que qualquer percentagem de investimento em defesa pode ser insuficiente se não houver uma base industrial robusta, capaz de sustentar um esforço militar prolongado. Depender de fornecedores externos para equipamento militar crítico é uma vulnerabilidade inaceitável. A Europa precisa de desenvolver a sua própria capacidade industrial de defesa, não por protecionismo, mas por necessidade estratégica. A Europa precisa de investir mais e de forma inteligente—canalizando esses investimentos para uma indústria europeia de defesa forte, com cadeias de valor integradas, e com capacidade logistica para responder rapidamente às necessidades operacionais.

Para tal, é preciso fazer renascer as nossas indústrias de defesa, e criar um verdadeiro mercado único de defesa europeu. E aqui, está a principal vantagem económica deste esforço: a defesa pode ser um motor de crescimento industrial, tecnológico e de inovação e não apenas uma despesa inevitável. A criação de um verdadeiro mercado único de defesa europeu permitirá ganhos de escala, redução de custos e maior autonomia........

© Observador