Ran Gvili, símbolo de Sefarad |
Corria o ano de 1938. Eduardo Nada recebeu, do consulado se Espanha em Alexandria, o estatuto de “espanhol protegido”. Não vivia em Madrid, nem em cidade alguma daquele país então mergulhado em estado de guerra civil. Nunca tinha pisado aquele território sequer. Tinha um direito que exerceu. Queria sobreviver às convulsões políticas que não paravam de sacudir o Egipto. E sobreviveu.
Para milhões de judeus como Eduardo, a vida nunca foi fácil. E um dia, a devolução dos restos mortais do seu bisneto, Ran Gvili, também passou a depender dos esforços diplomáticos de uma nação de Sefarad, neste caso Portugal, cuja nacionalidade o mesmo requereu. Gvili é o refém, morto, que o Hamas tem de devolver. É o último. Na realidade, é também o primeiro.
Eduardo Nada nasceu em 1904, no Egipto. O país vivia convulsões políticas diversas quando ele se dirigiu ao consulado espanhol. Alegou origens sefarditas. Não deixou dúvidas aos avaliadores. Bastou ouvi-lo falar, misturando palavras espanholas, portuguesas, gregas e turcas. A marca Sefarad estava inscrita em toda a sua intrigante pessoa.
Eduardo haveria de encetar matrimónio com Esther Nada, nascida em 1912. Foram pais da pequena Eliam Nada (1947), que se mudaria para Israel e casaria com Meir Ziuni (1942). Deste casamento nasceu Tali Ziuni (1970) que casou com Izaak Gvili (1964). O filho de ambos é o último refém........