O estranho caso de Ruben Amorim
Ruben Amorim não é só um grande treinador de futebol. Não é apenas um homem bem sucedido, nem apenas um campeão. Também é mais do que uma figura central, com Frederico Varandas e Hugo Viana, na libertação de um clube como o Sporting, até há bem pouco tempo aprisionado num fado interminável de desaires e convulsões, que atingiu o pico do absurdo com o reinado lamentável de Bruno de Carvalho e, em particular, com a invasão da Academia de Alcochete, a qual, até parece mentira, aconteceu há apenas seis anos.
Amorim é tudo isso – um excelente profissional, um líder fora de série, um reformador – mas a sua influência benigna, queiramos nós vê-la, transcende largamente os domínios do Sporting e do desporto.
É verdade que nos habituámos a ver o futebol como um viveiro de alarvidades de retórica e comportamento, e que essa imagem meio deprimente, meio caricatural, salientou a simpatia e razoabilidade de Amorim. Só por isso já merecia uma medalha por serviços prestados à Pátria. Num país tão obcecado por futebol como o nosso, em que treinadores e dirigentes têm sido pródigos em dar pontapés na língua e propagar cenas de falta de civismo a consecutivas gerações de adeptos, alguém que contraria essa tradição de forma tão lapidar devia ser formalmente reconhecido e agraciado.
Mas a importância de Ruben Amorim........
© Observador
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