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Portugal está impregnado de paternalismo

6 29
tuesday

No artigo “O PS precisa da pobreza como mentalidade dominante” referi que a mais importante reforma que Portugal precisa é a mudança de mentalidade, para passar a promover a acção dos indivíduos e das empresas como fonte de crescimento em vez de continuar com a mentalidade de pobreza, que privilegia a acção do Estado como fonte de nivelamento social por baixo.

Esta mentalidade de pobreza decorre de algo ainda mais profundo, que é a mentalidade paternalista, dominante em Portugal há vários séculos. Devido ao paternalismo, estamos sempre à espera que “alguém” resolva os nossos problemas, em vez de nos mobilizarmos para os resolver autonomamente.

A reacção à nova estratégia de segurança dos EUA e a greve geral ilustram o nosso paternalismo.

No documento “National Security Strategy of the USA”, no capítulo “C. Promoting European Greatness”, podendo concordar ou discordar de partes do diagnóstico e de algumas linhas de acção, está claro que os EUA querem e precisam de uma Europa forte. No entanto, políticos, jornalistas, comentadores, académicos e outras pessoas interessadas interpretaram essa estratégia como uma traição à Europa, fingindo-se virgens ofendidas.

Falta-lhes uma perspectiva essencial…

No artigo “A esquerda é contra a natureza humana” referi que, devido ao instinto humano da cooperação (em complemento ao da competição), as sociedades foram evoluindo em graus sucessivos de agregação:

Família -> Clã -> Tribo -> Nação -> País -> Império -> Civilização

Há diferentes civilizações no mundo. No livro O choque das civilizações, Samuel P. Huntington descreve as principais civilizações (ocidental, latino-americana, islâmica, subsaariana, hindu, sínica, nipónica, entre outras) e os conflitos latentes entre elas. Mas mesmo as civilizações podem ser agrupadas em dois grandes grupos: livres e submissas.

Os países que pertencem ao grupo das civilizações livres têm regimes democráticos. Nestes incluem-se repúblicas (Alemanha, EUA, França,........

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