Nietzsche é mal entendido, havendo até quem não o considere filósofo. Mas vale a pena voltar à sua inconfessa grande intuição: a de um Cristianismo correspondente ao coração de todos os homens, farto de palavras ocas, valores, Declarações, Mensagens e Apelos à Paz. Um coração humano, tão humano que quer ser mesmo homem, mais homem…
De criança e de louco todos temos um pouco, e ele teve muito. Da loucura que herdou do pai, que sempre esteve presente e que no final de vida o apagou para a sanidade; da criança, a inocência dançarina, de uma alegria de viver que sempre desejou. Como poucos homens, soube descrever o que o coração humano realmente anseia: uma vida sem limites, um sim permanente de eterno retorno!
Ouvi há dias o Assim falava Zaratustra, de Richard Strauss, que me lembrou da mais valia do homem que amava a Música e se considerava um profeta, pleno de ideias que são, ainda no seu dizer, “dinamite”.
Cativa-me a sua resiliente e apaixonada luta pela verdade, motivada pela filosofia niilista de Schopenhauer, da qual, porém, se veio a libertar. Reler os inúmeros aforismos do pensador solitário e errante, nestes dias de guerras intermináveis e indefinição de valores e fronteiras, parece-me deveras oportuno.
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Para muitos foi alavanca de filosofias e análises, significando coisas diferentes a pessoas diferentes. Seja pelo seu criticismo da moralidade, seja pelo seu trabalho de fenomenologia dos valores. Mas principalmente ele está aqui presente pelo diagnóstico que faz da inqualificável decadência da Europa, ao ponto do crime da Morte de Deus. Deus está morto e fomos nós que O matamos, com........