Caminhamos a passos largos para o dia das eleições europeias. A agenda mediática exige de todos nós um mínimo de honestidade intelectual. União Europeia não é igual a Europa, todos o sabemos. Mas o empréstimo do adjetivo exige uma reflexão adequada sobre a substância: o que é a Europa?
“Europa”, como qualquer outra palavra, pode apenas ser isso mesmo, uma palavra, sem que a ela nada corresponda realmente. Negar que a Europa seja uma realidade é um discurso idealista, utópico, que obtém a sua consistência tão só na vontade que a postula.
Ao invés, indagar da realidade da Europa impõe uma consciência do tempo e da História que não se compadece com o idealismo do homem medida de todas as coisas. Nessa procura vou direta a Bento XVI, a um discurso de 2008, no Colégio dos Bernardinos, tendo como objeto as origens da teologia ocidental. Aquilo que fundou a cultura da Europa, a saber, o monaquismo ocidental na sua aparente “fuga do mundo” para procurar Deus e O escutar, é, ainda hoje, o fundamento de toda a cultura verdadeira.
A escolha de S. Bento não foi a de conservar o passado ou criar uma coisa nova. Foi algo mais simples: aqueles homens não quiseram fugir do mundo. Num tempo como o nosso, de confusão, no qual nada parece........