Porque é que os videojogos se podem tornar perigo
Desculpem-me por voltar a este assunto! Mas são cada vez mais as mães que me interpelam, em pânico, por causa da relação dos seus filhos com os videojogos. São mães sensatas e atentas. Envolvidas e participativas em todos os momentos da vida dos seus filhos. Equilibradas na forma como se relacionam com eles e os educam com as regras que entendem indispensáveis para eles. Etc. Por outras palavras, mães semelhantes aos bons pais que todos tentamos ser, em todos os momentos. Estamos, portanto, a falar de pessoas que podíamos ser nós! E de adolescentes que poderiam ser os nossos filhos. Talvez por isso nunca seja demais falarmos deste assunto.
Os videojogos ajudam a estar-se atento, a discorrer, a elaborar sínteses e a decidir, em tempo real. Tornam o aprender divertido, colorido e intuitivo. Dão-lhe movimento e interactividade. Transformam-no numa experiência audiovisual. E casam muito bem o raciocínio lógico, a abstração e a forma como se discorre, desde a formulação dum problema até à sua resolução. Estabelecem desafios. E apelam à atenção, à memória e à concentração. Tudo isto se eles forem consumidos com moderação. Se, pelo contrário, a percentagem de tempo que os nossos filhos lhes dediquem for num crescendo “torrencial”, todas as qualidades dos videojogos ficam comprometidas. E em vez deles serem factores de crescimento e no lugar de os estimularem, acabam por contribuir para que percam qualidades cognitivas e para que se desequilibrem.
Por outro lado, mesmo quando eles são consumidos com moderação, muito raramente os videojogos mobilizam a palavra ou o percurso que vai da sensibilidade ao afecto e daí ao pensamento simbólico e à metáfora. E, também, à desconstrução do que se pensa, de forma espontânea. E à sua tradução em conclusões simples e ao insight. Ou, se preferirem, a sínteses esclarecedoras com que se chega à luz, à compreensão e à mudança. A matemática permite a........
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