Os avós do novo milénio
Serão os avós do novo milénio diferentes dos outros avós? “Regra geral”, não!
É verdade que os avós são macios e adocicados. E fofos, quentes e aconchegantes. É verdade que abrem um sorriso de boas vindas – luminoso e acolhedor – sempre que um neto vai na sua direcção. E que dão a ideia de ter tempo. E são benevolentes e compreensivos. E que se adaptam aos netos como mais ninguém. Aos seus ritmos. Ao seu brincar. Ao faz de conta. E aos seus caprichos.
E que não são intransigentes com a sopa. E, muito menos, miudinhos com as horas de dormir. E, quando passeiam, são bondosos e são pausados. E ternurentos.
E é verdade que fazem duma colher de sopa um aviãozinho carregadinho de paciência. Que dão comida à janela, à procura dos pardais, se for preciso. Que contam, com os olhos, histórias sobre histórias que se atrapalham umas nas outras. E que adormecem, num instantinho, quando, à procura do João Pestana, vão com um neto até à sesta.
Mas é, também, verdade que, apesar dos avós serem assim, estes avós, com muito tempo, seriam reformados. Sem constrangimentos de agenda. Reconhecendo nos netos a “tempestade perfeita” que os fariam reconciliar com a vida e acertar o passo com o amor. Se bem que, apesar dos tons de algodão doce que colocamos sobre os avós, nem todos são atentos e são presentes. E nem sempre reclamam por mais tempo de avós. Serão, assim, avós mais “encolhidos”.
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É claro que há, ainda, outros avós – muitos menos, claro! – que medem forças com os pais o tempo todo. E se melindram........
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