Outono-Inverno

O algoritmo treinado por mim só me mostra o que quero ver. Sempre que diverge ou se engana, dou-lhe indicação de que falhou, para que corrija o lapso depressa. Só vejo o que me apaixona e me inspira. O que é mau fica longe da vista.
No algoritmo como na vida. Os maus ao longe, perto só quero quem vem por bem.

Então, penso, se rodearmo-nos apenas da beleza nos aliena, converso com um amigo sobre os riscos da auto-alienação: divorciarmo-nos a tal ponto daquilo que nos é divergente, que pairamos num mundo paralelo e sem par na vida comum.
Respondo que é perigoso, mas que já não aguento na vida gente má, racistas encapotados e a céu aberto, maliciosos disfarçados de próximos, amigos da onça.
Prefiro pensar que se tiver sido em........

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