1. Afundados na tempestade perfeita
Pela primeira vez desde há muito tempo, o PSD tinha tudo para ter uma maioria confortável. Com a base ideológica do passado, que a vontade inabalável de Sá Carneiro, o talento económico de Cavaco Silva e a seriedade de Passos Coelho construíram. Bastaria à liderança do PSD não desviar o leme para ser a única marca de confiança capaz de convencer os eleitores. Em vez de reforçar o partido como principal alternativa ao PS, colocando o laranja no mapa nacional, a comissão política atual resolveu fazer uma coligação com o nome de AD. O cúmulo da incompetência foi não ter visto o potencial problema e confusão com um partido que já existia chamado ADN. Assim, o que eventualmente capitalizaria com a coligação com o CDS, foi absorvido pela barafunda no boletim de voto entre AD e ADN. Quem ganhou foi a direita radical, com a mensagem forte e sólida que deveria caber ao PSD. Quem ganhou foram extremistas, a quem só interessava a derrota dos moderados. Quem perdeu foram os portugueses, que nesta altura deveriam ter um Governo estável e o........