De Goa com amor
Aterrei em Goa. E toda a magia e encantamento que senti há quase seis anos, aquando da minha primeira visita à Índia, de imediato se renovaram. Neste regresso longamente ansiado — a luz, o calor, a humidade tropical saem ao meu encontro para um estreito abraço.
Venho a convite do CLP Camões de Goa no quadro dos 50 anos do 25 de Abril e do Dia Mundial da Língua Portuguesa apresentar o meu último livro: o “Enterrem-me na Vertical”.
Realizarei aqui leituras em português desse e de outros livros que publiquei, pois embora a nossa língua seja já desconhecida, permanece o desejo entre as famílias goesas de que a descendência a aprenda.
Além de alunos de escolas e colégios estarão presentes alguns universitários que elegeram a Universidade de Goa para tirarem a sua graduação em Estudos Portugueses com possibilidade de a prolongarem para Mestrado e até Doutoramento.
O momento é auspicioso. Comemoram-se os 50 anos do restabelecimento das relações bilaterais entre a Índia e Portugal, que esteve na origem da recente visita oficial da Presidente da Índia a Portugal.
As primeiras 24 horas na capital de Goa, os primeiros passos que dou, dou-os no Bairro das Fontainhas, onde a Goa lusitana é mais visível, onde nos telhados da vizinhança por vezes avisto o galo de Barcelos, por vezes uma cruz embutida numa fachada ou um cruzeiro à porta de casa.
No Estado de Goa a religião católica mantém-se, a seguir ao hinduísmo, como a de maior expressão, cobrindo aproximadamente cerca de 20 por cento da população. Embora me tenham já mencionado cifras até superiores, certo é que essa percentagem já foi bem maior e tende a um inevitável decréscimo.
A quantidade de apelidos portugueses que aqui pululam lêem-se amiúde no bairro das Fontainhas. Vão........
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