Ser-se perigoso é diferente de ser-se violento
Ser perigoso não é transmitir ao outro que temos a capacidade de lhe infligir dano. Ser perigoso é ter a capacidade para transmitir ao outro que não permitimos que ele ultrapasse os limites por nós estabelecidos quanto ao nosso ser, e que caso ele opte por violá-los, somos capazes de o reprimir de forma contundente. Quer esses limites sejam físicos ou psicológicos.
O violento é rude, barulhento, intempestivo, irascível. Não sabe estar e normalmente apresenta-se com imagética e comportamento que procuram suscitar temor nos demais.
O perigoso, porque está em paz consigo e consegue estar em paz com os demais, apresenta-se e comporta-se de forma a proporcionar conexão com os outros. Consegue estabelecer dinâmicas relacionais assentes no respeito mútuo. Até pode ser o mais recatado “na sala”. Não tem problemas em estar ao serviço dos outros, pois sabe como impedir que abusem dele.
O perigoso consegue construir os alicerces da paz, o violento........
© Observador
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