O Roubo das Joias  

O cenário do crime não podia ser mais emblemático: a Galerie d’Apollon, no Museu do Louvre, o maior e mais visitado museu do mundo, guardião de tesouros que definem a civilização — entre eles, a imortal Mona Lisa, protegida por vidro antibala e sensores térmicos. E, contudo, foi nesse mesmo espaço, símbolo da eternidade da arte e da realeza, que um conjunto de joias reais de incalculável valor histórico desapareceu misteriosamente.

Entre as peças subtraídas figuravam a Tiara de Safiras e Diamantes de Maria Amélia de França, Rainha dos Franceses, e a Tiara da Imperatriz Eugénia, esposa de Napoleão III. A Tiara de Safiras, obra da Casa Bapst, joalheiros oficiais da Coroa Francesa, combina ouro branco, diamantes e safiras do Ceilão. Pertenceu à Rainha Maria Amélia, esposa do Rei Luís Filipe I e bisavó da Rainha D. Amélia de Portugal, mãe de D. Manuel II, o último Rei de Portugal.

A peça, que atravessou o exílio da Casa de Orléans, encontrava-se mais recentemente na posse da Condessa Isabel de Paris, tia materna de S.A.R. o Duque de Bragança, Dom Duarte Pio, confirmando as raízes comuns entre as dinastias francesa e portuguesa, tendo sido vendida pela Família Real Francesa ao Museu do Louvre. Já a Tiara da Imperatriz Eugénia, executada pela lendária casa Mellerio dits Meller, é uma das obras-primas do Segundo Império.

Após o colapso do regime napoleónico, foi adquirida pela Família........

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