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A política a partir do sofá
“Se eu fosse americano, votava na Kamala”, disse José Miguel Júdice. É uma frase – comum – que não faz o mínimo de sentido. Diz Júdice, a partir de uma posição de conforto, “Se eu fosse americano…” Que americano? Um investidor de Wall Street ou um desempregado do Rust Belt?
A situação particular de cada um determina o seu sentido de voto. Não é um português privilegiado, sentado num sofá a uns milhares de quilómetros, que se pode colocar no lugar de um americano em concreto.
Imaginemos o inverso. Um norte-americano diz que, se fosse português, votava no PSD. Abstraiamo-nos do facto de ser muito pouco provável que um norte-americano se interesse pela política portuguesa. Se fosse português? Que português? Um desempregado........
© Observador
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