É difícil de compreender que não haja um minuto nos debates onde os partidos digam o que propõem para a cultura deste país. Pode dizer-se que isso não traz votos ou não aumenta as audiências. Mas são esses argumentos que explicam muito a amostra dos nossos líderes partidários. Todos estamos de acordo que o desemprego, a habitação, a educação, a saúde ou justiça são temas que atravessam a sociedade e que preocupam os portugueses. A Pirâmide de Maslow explica muito, mas não impede a ousadia criativa.
Muitos dirão que a cultura é transversal, está em todas as áreas da nossa vida e que se respira quando vamos comprar alfaces. É uma forma de escapar à discussão, de não encarar de frente a diferença entre uma pedra e uma flor, de fugir ao essencial. Quando não interessa discutir um tema, usa-se a velha estratégia de esvaziar o copo para não saciar a sede do adversário.
Nos programas dos partidos fala-se de 1% do PIB para a cultura, mas de maneiras diferentes. Há pouca coragem política das maiores forças políticas. Não querem assumir esse objetivo, por isso, preferem dizer que 1% deve ser atingido de forma faseada, não se comprometendo para além disso. Há pouca ambição, a AD assume........