Umas eleições de janelas fechadas
Na presente dinâmica eleitoral, pouquíssimo tem sido dito pelos contendores em termos de situação internacional vigente: entende-se obviamente que seja conferida absoluta prioridade à multifacetada realidade quotidianamente vivida pelos portugueses residentes no nosso País, mas não deixa de surpreender tamanho apagão naquele outro contexto.
Esse justificável enfoque nas coisas domésticas não anula, com efeito, a vantagem de se acrescentar alguma informação sobre o estado da política e economia noutras paragens e, em particular, no que respeita aos seus efeitos em Portugal.
De facto, e sobretudo num planeta que ´encolheu` notoriamente nas últimas décadas- graças ao boom turístico tous azimuts gerado pela preciosa colaboração de meios de transporte acessíveis e, em simultâneo, a diversos programas culturais concebidos com vista a uma maior proximidade entre as gentes- , a própria noção de ´estrangeiro` ou de ´estrangeirado` foi entretanto suavemente relegada para a prateleira das curiosidades museológicas: hoje, cruzam-se inevitavelmente- no discurso e na prática- as informações ´externas` e ´internas` , pelo que se me afigura estranho ignorar-se, num contexto eleitoral como este que agora tem lugar entre nós, essa complementar perspetiva.
Refiro-me, como meros exemplos, à Europa, aos países lusófonos, e de um modo geral, às nossas comunidades espalhadas pelo mundo:
Em primeiro........© Observador
