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'The Day After' do apagão: potenciar a resiliência

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05.05.2025

O recente apagão que afetou a Península Ibérica no passado dia 28 de Abril foi mais do que uma perturbação: foi um alerta sério sobre como a segurança energética, pilar fundamental da nossa sociedade e economia, deve ser uma prioridade social e política. É fácil dar a segurança energética como um dado adquirido porque temos um fornecimento eléctrico e de combustível estáveis, contínuos e sem falhas.

Não se conhecem ainda as causas do evento, apesar de muitas explicações ou tentativas sem grande fundamentação. As investigações a realizar por várias entidades nacionais e internacionais irão explicar a seu tempo o como aconteceu e logo não adianta muito tentar especular sobre isso por agora.

É bastante mais valioso focarmo-nos sobre o que aprendemos do evento e como essas lições devidamente aplicadas se poderão traduzir numa melhoria da resiliência energética de Portugal.

As interligações são fundamentais para a estabilidade do sistema eléctrico, trazendo ainda benefícios inegáveis em termos de eficiência e partilha de recursos, mas não dispensa de uma capacidade de resiliência nacional própria que seja robusta. A disponibilidade de meios para colocar o sistema de volta a funcionar foi uma evidência, tal como foi a capacidade humana técnica de os acionar apenas com a experiência de planos e ensaios em vazio. Os técnicos da REN e da e-Redes estão de parabéns não só por terem conseguido colocar o sistema a funcionar, como por todo o trabalho que fizeram de preparação para um evento que poderia nunca acontecer.

Para muitos, ligar a electricidade não seria mais do que carregar num botão qualquer tipo “Power On” para a rede começar a funcionar porque é essa a experiência do pequeno milagre que nem damos conta quando ligamos um interruptor, mas a coisa é fisicamente bastante mais desafiante.

É interessante perspectivar que o evento que demorou 11h a resolver partia de uma infraestrutura intacta que necessitava “apenas” de ser posta em funcionamento. O tempo (que pareceu imenso) é omisso à complexidade e sensibilidade da operação que requer que há medida que se liga uma secção da rede que o gerador de energia consiga corresponder exactamente ao consumo instantâneo do momento, sobre risco de tudo cair novamente. Tempos superiores a 24h era o esperado e pela prática simulada e só a capacidade técnica dos trabalhadores da REN e da e-Redes é que permitiu executar em quase metade do tempo.

Imaginemos agora catástrofes naturais como sismos ou tempestades de século ou acções terroristas ou de guerra das quais........

© Observador